sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

La no palacio dos cristais

Doía. Pela ausência que me obrigavas a ter, sem querer que a mesma existisse. Saber que já os meus braços não sutinham o teu corpo colado ao meu. Esperei a vida por uma vida tão pequena. Cabem-me as lágrimas que não deixei cair, que ainda poucas são infindaveis. Julgo não ser capaz de um dia esquecer tamanha perda, amor.
Tudo tão rápido, tão feroz e acre. Parece que ainda ontem te vi na porta de casa da minha avó, o primeiro choque electrico de algo tão poderoso como era o nosso elo. Por falar na minha avó, que nos aproximou e esconde ainda tanto dentro dela, anda sempre de olho em mim e no nosso mais que tudo rebento, vejo-a passar a mão pelo cabelo do nosso filho, como fazia quando eu era da mesma idade que ele. E vejo como triste se sente por me ver assim, infeliz sem ti... Fazes-me falta desde o meu amanhecer ao deitar, desde a aurora ao entrar a lua, e vice-versa. Só há na vida um grande amor, tu foste o meu amor de tantas vidas e que nesta partiste tão cedo sem mim.

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