Desço descalça pelo chão frio
Os pés já gelo, onde a dor não se sente...
Desço até ao limite
Desde o alto até ao fundo do vale
Condensa-se assim a vida
Ali perante tudo, vejo-me
Fria, pálida sem cor que demonstre vida
Tudo branco, pálido sem som, sem ritmo
Sem a tal vontade,
A tal que eleva o espírito...
Desço até ao vale, e sei onde estou
Tudo é familiar,
Como se nunca de lá tenha saído
Os pássaros já partiram
Agora restam as arvores já nuas
Sem folhagem, sem cor, sós e escuras...
O vale onde flores brotam,
Agora está nu, sem vida...
Parece morto, mas não está
Hibernação de alma
Tudo frio, tudo em gelo
Mantendo segredo, do quê?
Posso correr sem medo,
Este prado não me guarda nenhuma surpresa,
Sei-o tão bem, como a conta matemática mais fácil...
Sei-o tão bem, como o ditado mais fácil
Sei-o tão bem, como o mais simples pensamento...
Desço descalça a ladeira da virtude
Frio, gelo, e não sinto a pele
O olhar já está de um azul profundo
Não estou morta, apenas cega...
Iceberg de fraqueza que não se verga
Chato pensamento, que não me abandona
Mas deixa-me a nu...
Caminho pelo condensado gelo
Descalça sem sentir que o mundo irá florir...
Caminho...
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