Era um todo nu, roto nas veias, cego nos sentidos...
Nu, nos seios maternos que se desnudavam ao vento.
Disforme visão rara e peculiar de um cego ainda sem amar,
Um corpo sem rede, manto, desorientado, sem plano...
Dormente, o corpo, a mente perdida...
O eco agudo do choro...
Como uma fome de lobo, uma sede de leopardo, uma condensação pelo cansaço...
Um seio ardido pela boca pequena...
Os rasgos de um rosto marcado pelo tempo...
Uma vida perante a morte.
Uma morte dando lugar à vida...
Era o tempo queimado assim...
No passar de constancia de certezas sem ter fim.
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terça-feira, 23 de novembro de 2010
domingo, 21 de novembro de 2010
HURTS - Illuminated (Live Version)
If I'm blind my father, forgive me...
For some matter I can't take your colours.
Father.
sábado, 6 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
para onde parto?
Não há caminho, que seja o meu...
As portas não abrem coisa alguma, nem o meu ser...
Janelas, trancadas, derrubadas por um tal de tempo perdido...
Correm cinzentas as linhas que me traçam a vida, e sem vida correm as mesmas...
Fé, palavra infame de mentira, já não a tenho...
Aguardo pausadamente o sol, que se fecha de madrugada...
Apenas a Lua acompanha o caminho cruzado no vazio tal...
Algures fiquei ali, esperando-o como quem espera um amante, um amor...
Algures ali parei, esperando um tal de destino, que se inventa à tal da vida.
Algures por aqui morri e não regressei...
Sei-o como quem sabe das nuvens, do sol, dos sonhos...
Sei-o tão bem...
Algures por ali, morri de dentro para fora...
Ali algures num beco sem luz...
Fiquei...
_Onde nos procuramos, se já não existimos?
terça-feira, 2 de novembro de 2010
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Blog
A vida cruza-se por vezes de formas inquestionaveis...
Realço aqui para quem aqui entrar, um blog de um poeta português, poeta, sim, poeta, que de poema a poema me faz ficar fã das suas linhas.
Miguel Pires Cabral
http://barbituricodaalma.blogspot.com
Obrigada por existires... bons poemas:-)
Realço aqui para quem aqui entrar, um blog de um poeta português, poeta, sim, poeta, que de poema a poema me faz ficar fã das suas linhas.
Miguel Pires Cabral
http://barbituricodaalma.blogspot.com
Obrigada por existires... bons poemas:-)
As mãos
Abro-as,
Mostrando as linhas que nelas se cruzam
e nelas se perdem entre si
abro-as,
ficando crente do nada
cruzamentos ambiguos
sem linhas directas ou rectas que fossem
que demonstrassem algo mais
mas nada
apenas são isso linhas
sumidas, quase desaparecidas
cruzando umas e outras estrelas
finas e algumas quase indefinidas
sumidas nas palmas
abro-as ao vento e ao nada...
Nada.
Mostrando as linhas que nelas se cruzam
e nelas se perdem entre si
abro-as,
ficando crente do nada
cruzamentos ambiguos
sem linhas directas ou rectas que fossem
que demonstrassem algo mais
mas nada
apenas são isso linhas
sumidas, quase desaparecidas
cruzando umas e outras estrelas
finas e algumas quase indefinidas
sumidas nas palmas
abro-as ao vento e ao nada...
Nada.
No silêncio
Cai o pano azul escuro, sob a minha cabeça repousa a pomba branca de longas asas, mas que não voa, apenas fica olhando o todo que é a vida...
Sob a minha cabeça ai o pano escuro, escondendo os segredos que guardo em mim.
Não há horizonte conhecido, apenas o desconhecido do mesmo horizonte, longo capitular de rumo sem fim...
Nos meus olhos, preso ficas sem nada nu, sem nada, só tu... Adormece o corpo cansado da espera, o coração pára como se um comboio fosse aqui por dentro passar, adormece o corpo frio...
Eram estranhos os rostos, as vozes falavam em preguiça, longe ficava o eco navegando pelas madeiras de pinho...
Por ali tudo era, um fim...
Sob a minha cabeça, apenas a pomba olhava.
Estava o odor da chuva, uma humidade confusa sem igual, estavas ali nu...
Sob a minha cabeça a pomba branca erguida...
Tudo é o que ninguém entende ser.
No fim será apenas silêncio...
Sob a minha cabeça ai o pano escuro, escondendo os segredos que guardo em mim.
Não há horizonte conhecido, apenas o desconhecido do mesmo horizonte, longo capitular de rumo sem fim...
Nos meus olhos, preso ficas sem nada nu, sem nada, só tu... Adormece o corpo cansado da espera, o coração pára como se um comboio fosse aqui por dentro passar, adormece o corpo frio...
Eram estranhos os rostos, as vozes falavam em preguiça, longe ficava o eco navegando pelas madeiras de pinho...
Por ali tudo era, um fim...
Sob a minha cabeça, apenas a pomba olhava.
Estava o odor da chuva, uma humidade confusa sem igual, estavas ali nu...
Sob a minha cabeça a pomba branca erguida...
Tudo é o que ninguém entende ser.
No fim será apenas silêncio...
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Entre linhas, piscadelas nocturnas ao conhecimento... Como é belo o ser diferente dos banais, triste a curva da vida que acaba tão cedo....