sábado, 17 de janeiro de 2009
Sem Proposito: Inês de Castro
Assi como a bonina, que cortada
Antes do tempo foi, cândida e bela,
Sendo das mãos lacivas maltratada
Da minina que a trouxe na capela,
O cheiro traz perdido e a cor murchada:
Tal está, morta, a pálida donzela,
Secas do rosto as rosas e perdida
A branca e viva cor, co a doce vida.
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruto,
Naquele engano da alma, ledo e cego,
Que a Fortuna não deixa durar muito,
Nos saüdosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuto,
Aos montes ensinando e às ervinhas
O nome que no peito escrito tinhas.
Luís Vaz de Camões _ Os Lusíadas
Serei sempre uma apaixonada de romances...
Confesso que ao contrário da marioria das pessoas que conheço, eu posso dizer que vibrava com as leituras d' "Os Lusiadas", seguramente nunca teremos nenhum escritor tão completo como Luís Vaz de Camões, posso estar redondamente enganada mas é o que a alma diz lá desde o meu cerne ser. Nunca gostei de história, aliás era uma das poucas notas que não saia do mísero - 3 - sem qualquer motivo lógico, apenas pelo facto de dar sempre muito sono, ouvir falar de pessoas que nunca vi, nunca conheci, e lá tinha que lhes cuscar a vida que na altura me parcia tão vazia de sentido. Confesso nada saber de história que não tenha entrado pelo Português, e pelas cadeiras ligadas a Arte, das lições de história sei sim, que aprendi sobre a história dos USA, que na altura tudo me fazia sentido, e era importante, não fosse o meu espirito estar concentrada em tudo aquilo que se passava do outro lado do Atlântico, curiosamente lembro certo exame, sobre o assunto, no qual limitei a seguir a imaginação e não sei mais o quê, não esperando grande nota ou coisa do mesmo, uma vez que o habitual na cadeira era sempre notas muito baixas ou das que nem vale a pena referir, curiosamente fiquei ao receber um 100%, eu que nem estudar tinha estudado, apenas tinha isso sim, ouvido tudo sobre o tl país. Isto para dizer que, o que postei em cima vem ao encontro de uma vontade enorme de proclamar o verdadeiro sentido da palavra amor. Sempre que penso na palavra e no significado da mesma, apenas a ligo a amores assim, sem espaço, tempo limites... Nos dias de hoje onde anda essa amor eterno, ou quase eterno que tanto se falava, que tanta tinta fez penas rolar? Onde se encontrão os corações aptos a tais actos de dádiva? Olho, torno a olhar, e confesso que pouco vejo no que por aí corre. Talvez precise eu de uns óculos de aumento, ou talvez a sociedade terrestre precise de um coração para sentir. Ou talvez, o Mundo precise de actos de coragem com amor.
Ou talvez, eles andem por aí, também como eu na esperença de existirem...
Ou talvez...
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Entre linhas, piscadelas nocturnas ao conhecimento... Como é belo o ser diferente dos banais, triste a curva da vida que acaba tão cedo....
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