quarta-feira, 27 de maio de 2009

Profundis II


Não é no trapézio que me equilibro, mas sim na escrita ou qualquer outra arte...

Abençoados pelo sol


Um sol maravilhoso
sobre a mim fria pele
que cora a cada raio que me penetra
estava lindo o dia
a minha alma jazia mórbida de um profundo sono
mas queimava como quem espera pelo soro da vida
e tudo era pelo sol
nada mais ali importava
estava tudo como deveria estar
quente...

Isto tudo para dizer que estive numa esplanada a aproveitar o belo do sol, com duas lindas meninas...
E para depois dar inicio ao que irei chamar um FILME EMOCIONALMENTE BOM...


Ia eu tomar o meu banho, quando me dou conta que um filme do Sr. Pollack, ia começar, normalmente todos os registos que faz são excelentes e de bom gosto, fortes em termos de guião, o que me mantém colada ao ecran, porque nada se quer demasiadamente denso, nem demasiadamente monótono, gera um desinteresse total de minha parte. A INTERPRETE.
Adorei o texto, adorei algumas passagens que declaro fenomenais, adorei o final, brutal, adorei todo o cenário, sim USA sabe fazer bem isto, eu gosto, pelo menos assim adoro, sem muito designe gráfico, sem muitas altera coes monitorizadas por PC, ou pelo menos se o foram, não de forma a ver uma película que a meu ver se torna horrível, adorei, desde a simplicidade de guarda roupa, maquilhagem, etc... sim de facto há coisas como os policias que podiam ter sido mais detalhados, mas o centro eram os terroristas.
Basicamente a quem ainda não viu, debate um assassinato, ou melhor uma tentativa de o fazer, a tentativa de matar um HOMICIDA MUNDIAL, alguém que chacinou milhões com o seu poder, alguém que se perde pelos caminhos que o próprio um dia jurou lutar sem armas, o mesmo que depois as usa, o filme é com base nesta intriga, nesta tentativa, levando policiais de todo o tipo a juntarem armas para descobrir os culpados por detrás de toda uma rede, no meio deste caos está uma interprete de línguas, que por mero acaso "ou não" ouve uma conversa na qual se fala da tal tentativa, esta faz uma denuncia e ... segue toda uma tentativa de descoberta.
O final é emotivo, bem como a maioria do filme, toca nas nossas fragilidades enquanto seres humanos, toca naquilo que nos é mais sagrado a vida, nossa e de quem amamos, toca na lealdade da palavra, toca nos elos e afectos aos nossos costumes, toca no Homem enquanto ser, enquanto um fraco ser que pode ser comprado pelo "Poder".
E aqui vemos ainda como por vezes grandes mentes de paz, de ordem, de harmonia, muitos dos que um dia dizem querer mudar o Mundo mesmo parecendo idealismo puro, um dia, esses mesmos homens podem ser os que pegam numa arma ou mandam pegar e matam, pela própria mão ou pela mão de outrem dizimam povos, casas, famílias, gerações.
Como um herói se transforma num Monstro Bárbaro Sanguinareo, só porque alguém lhe disse que tinha o poder de governar, mas nunca ninguém poderá afirmar ou dar poder para matar, seria ilegal, mas acontece ainda hoje.

Hitler já partiu e com ele tantos outros "loucos" perdidos na devassa loucura do poder, ainda hoje como ele existem por aí muitos, num Mundo onde tudo se perde, onde os valores já quase se esquecem, por motivos aos quais sou alheia, ainda hoje o Homem julga poder decidir sobre a vida.
Como é isto possível, oh Meu Deus?
Aconselho o filme...

Principalmente reter as ultimas partes do mesmo...

"Onde fica a 2ª avenida?"
"Depois da ponte."
"Isto estava cheio de flores, em minha homenagem em...(...)"

----

"Aqui fica a 2ª Ave."

sarcasticamente em protesto contra si neste momento.

Brutalidade;-) das lições de vida...

And I sai: _ Before you were one person now you are another... Same man but not equal!"

O que quero dizer é:por vezes nós somos as mesmas pessoas mas já não somos iguais ao que éramos...
Mudemos para melhor se for possível:-)

domingo, 24 de maio de 2009

Um projecto acabado


Uffaa...

Estava difícil de o fazer mas já está.
Tinha em mãos um singelo trabalho, sobre um conto, e finalmente está feito, e finalmente peguei nos lápis e deixei a mão estender-se no papel...
Foi antes demais um prazer criar o sonho, depois de o imaginar, espero que tu pequeno gostes. Foi também um começo de algo que ando a adiar há uns cinco anos, voltar à minha humilde pintura de óleos, acrílicos e afins, sim que como louca que sou gosto de misturar tudo o que possa surgir numa tela em branco que se vai aos poucos transformando, por mais horror que possa criar aos demais, paciência, odeio ter limites em arte, não concordo com o facto de se escandalizarem sempre que digo, misturo acrílicos e óleos, e depois? No Mundo vivemos misturados, porque não as tintas?
Com este pequeno enredo fui criando ilustrações que me deram vontade de explorar mais um pouco com dimensões diferentes, com propósitos também distintos.
Só me falta mesmo começar pegar na dita da tela, e aventurar-me com elas.
Espero que assim aconteça, ideias muitas umas e mais umas, sempre a surgir, agora espaço e tempo é que falta, e caro o mote para fazer uma exposição, veremos o que acontecerá...
Agradeço desde já ao Hélder, por sempre me tentar quase colocar o pincel na mão e fazer me com que as minhas mãos lhe odeceçam, lamento sou mesmo de uma teimosia tremenda, mas penso que já foi o bastante vou tentar e ceder... Que mal pode haver em deixar simplesmente o pincel pintar e desfrutar da tinta?
Obrigado também a ti Eugénio, que me deixas orgulhosa pela forma como o teu coração funciona, és um anjo mas ainda não o sabes.
Obrigada, maluca, Filipa por me teres pedido para fazer o tal projectito, sem saber acabas por ajudar e dar força para algo mais maior grandi.
Obrigada, Biatiz por me perguntares sempre se já comecei e teres sempre a minha resposta nop... Aí como custa!
E agora espero conseguir sinceramente surpreender-me.

Beijus

sábado, 23 de maio de 2009

Profundis I


(Ódio é um sentimento demasiadamente forte e profundo, para se sentir contra os que nada nos dizem...)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Cega


se por mero acaso
cega fosse
e nada visse
saberia eu amar-te?
se por mero acaso
teus olhos não me falassem
conseguiria eu pensar-te?
se por mero acaso
o teu cheiro em mim nunca tocasse
conseguiria eu saber o mais doce dos sabores
se por mero acaso
o teu ritmo em mim nunca me afecta-se
seria eu relógio de cu cu em palha de aço?
se por mero acaso
o meu coração ama-se
serias tu o meu factor Y preferido?

se por mero acaso
o teu acaso fosse o meu
onde estaria a esta maldita hora?

as tuas as minhas


as minhas nas tuas
entrelaçando a alma
as minhas sobre as tuas
querendo provocar os homens
os meus nos teus
perdendo o rumo dos dias
e minha vida colada a uma
que não a minha
que não a tua
as minhas perdidas em ti
as tuas por aí
os meus nos teus
os teus perdidos
a minha procurando o teu ser
a tua na minha a desfalecer
e mais que tudo a vida
aqui a correr
a minha e a tua
a tua e a minha
por algum lado vão perder
de algum lado vão ceder
as minhas nas tuas
as tuas pelas minhas
e ambas perdidas no fim...

..Pensamentos...


Sempre fui uma mera actriz num campo minado, de cenários alternativos do meu ser.
Seguia-me assim a vida, com o penar dos textos, eram todos eles de papel amarelecido, gasto do tempo, e eu vivi todos eles, sem respirar pelos pulmões que Deus me deu. Usei cada frase, cada verso, cada silaba, cada gesto, ou anomalia vivida para cultivar aquilo que TU, querias ver, e mostrei. Hoje não sou ninguém, senão aquela que Tu julgas que seja, aquela que Tu crias-te para ver, não é que eu seja ABC, não, mas é apenas isso que queres que seja, serei para teu belo prazer.
Devo dizer que tudo o que pensas erras, pois a mais pura verdade apenas eu talvez conheça, e daí talvez não na totalidade.
Sabes quantas vezes o meu rosto se desfaz para um capricho teu? Mil e uma que sejam por segundo. Por dentro por vezes sinto o mar inundar-me, as ondas fortes elevarem o meu ser, até um dia transbordar. E TU que pensas conhecer tão bem, tudo o que imaginas no meu ser, erras, erras... E errarás sempre, bem mais no fundo de ti, nada sabes.
Repara, eu sou aquilo que queres ver, eu leio para além dos segredos que julgas esconder, repara eu vejo mais do que o teu belo prazer, repara eu nunca me dei por vencer.
Por vezes, faz-me pensar, nos egos que tanto se debatem, se defendem num lago imaginário, somos quase todos filhos de mães, mas depois há uns que são mais filhos da ... porquê?
Talvez o espelho que somos uns dos outros nos mostrem como frágeis somos, e isso nos torne mais fracos? Talvez o nosso ego precise de rebaixar um CEI castigado? Talvez, se um dia Tu conseguires ser menos Tu e mais eu, talvez entendas aquilo que sou.
Perco minutos do teu tempo e do meu em analises, desde sempre, tenho uma sabedoria diferente, e não entendes, pois não... Isso faz-me pensar em mil e uma razões do perdão...
Conheço sons, vozes, tonalidades de falso a falso, de verdade a verdade, conheço ainda expressões, gestos, comportamentos, atitudes, que talvez um dia as entendas, por hoje penso que não...
Faz-me pensar em tanta coisa...
Não sou cega nem nunca fui, faço-me passar por tola para ver cair o mais seguro ser na mira... Atenção jogo à cabra-cega como ninguém.
Por vezes, fico a pensar em todas as encenações destes seres sem lar...
Não sou aquilo que tu vês, sou muito mais, não sou "hipo" ou outra "mega cefaleia" atormentada sou bem mais profunda que isso, sou vida, com uma sabedoria divina que talvez nunca ninguém entenda.
Faz pensar que tudo o que vejo são meras e puras verdades, o que mostram são puras falsidades.
Conheço o que sou melhor que ninguém...
E TU também?

;-)

Há Lá Cusas


Há poeta mais sadio
aquele que escreve o seu destino
Há obra mais bem feita
que aquela que não pára em rascunho de gaveta
Há lugar mais perfeito
que aquele em que nossa mãe nos transporta
Há coisa mais certa
que a vida ser levada na colheita
Há soneto mais sincero
que o do berro de uma criança
Há lá história mais opulenta
que uma vida de flagelo
Há aqui algo que se desvenda
sem se mostrar por dentro
Há uma honestidade perdida
aqui e por todo o lado
Há lá maior desgraça
que ser homem e mulher na mesma raça
Há aqui tanto que se perde
sem deixar uma só marca
Há lá coisas neste Mundo
que eu não entendo sequer sua graça....

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Troncos



Arrancam-te pedaços sem pedir licença, olho-te e por mais que te veja, sinto a falta do que te cobria. Aos olhos dos demais poderá parecer beleza, aos meus pura tristeza.
Quebram os ganhos sem pedido de desculpa. Cortam, dilaceram-te de forma instantânea e cega, descobre-se uma paláda verdade o rosto sem vaidade, e tu, tu que deixavas os rios correrem por dentro da tua ceifa morres, tu, tu que deixavas o paço dos pássaros aí viverem, mortificas a tua alma, tu que raivas contra o sol poderoso, ficas fracasso por entre os pequenos ganhos, tu que centenas de anos te concederam a vida, tu, tu és cerrado como se nada fosses ou sentisses, piedade, uma gota. NADA!
Morres e matas quem mais te condena e te ama, ou aos que maltratam a tua pele. Mas e os outros, os outros como eu que de lágrima em lágrima se ferem, e os outros que ficam desolados ao ver o teu assassinato, como ficam?
Negras as mãos que no machado pegam cortando sem pensar, sem penar, sem sequer reconsiderar. Olho-te e juro fere, fere a memória, fere tudo aquilo que ali vivi, morre, morre algo mais de ti, morre a certeza de te ter, morre tudo, sabendo que nunca mais serás o mesmo jardim que olhava, nunca mais serás a sombra em que tantas as vezes me sentei, morre todas as cantorias que te desenhava no ar, morrem todas as melodias que se ouviam, do vento nas tuas folhas, dos melros e outros pássaros em ti, morrem as vidas que ali ficaram, as casas que ali estavam, morrem as andorinhas que te deixavam moradias, morre tudo isso, restam os largos e grossos troncos nus, hoje restam esses pedaços de ti, que de belo pouco ou nada têm. Sagaz veneno o do Homem que mata assim sem pensar, sagaz veneno o egoísmo sem pensar, sagaz esta maldita sorte que têm sem te cuidarem, sagaz as mãos que te cortam matando tudo o que sempre viste por aí viver.
Quantas vidas passaram no teu dorso? Quantas mãos te ladearam ou tentaram? Quantos como eu ali no teu pé sonharam? Quantos como eu ainda te lembraram?
Odeio ver-te assim. Juro que odeio, ver-te nua. Odeio tudo aquilo que te arrancaram, cada tronco, cada haste, cada folha, Malditos, mil vezes malditos, os que se julgam teus donos, também eu sou tua dona, também eu tenho direito em dizer não cortem essa árvore centenária, não cortem essa alma oxigenada, não cortem seus malditos esses troncos. Mas que RAIVA. De onde te conhecem? Será que conhecem? De onde vêm estes malditos demónios, que se julgam gente.
Porque ninguém te defende, nem em leis nem em nada.
Dá dó de te olhar, por isso, viro o rosto para não ver o teu triste semblante nu e pobre do teu um dia belo verde.
Malditos os que se julgam donos de ti, pois confesso que não serão jamais dignos do teu ar.
Sinto-te e sofro a cada folha que cai num chão imundo dos passos desses que me assassinam e nada são...

Lamento-te...


Foto: Hélder.


Avó hoje ali já morreu muita da tua rega, ali já morreu muito do teu penar...

assim...


Cubo de gelo
que derretes na minha mão
processa-me...