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Papel branco, de leveza pura, imaculado em perfeição, desenho com o carvão a curva do lábio de meu amante, o canto do olho que deita a lágrima, num rascunho de um rosto tão bem acabado.
Papel branco, onde os meus dedos dançam num chão de fumo negro como o carvão e o asfalto.
Escurecendo tal brancura criando uma forma divina que me adora de noite.
Papel branco, que de tais rascunhos ficas preenchido em vida, e com ela eu me deito e aguardo.
Minha obra maior, que de dia me atormenta e de noite me liberta de uma prisão que não é minha.
Papel branco, de tanto passar os dedos ganhas formas e relevos, e neles crias o meu amante.
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