quinta-feira, 2 de julho de 2009

Monologo: Conversas comigo mesma...

Monólogos _ por mais estúpido que possa parecer falo sozinha, momeadamente quando quero falar com alguém, mesmo não obtendo resposta, as conversas são longas, com ou sem nexo, mas mais com, hoje decidi que em vez de conversar apenas vou escrever, subtilmente, a pessoa irá ler, ou pelo menos assim o espero, a conversa de hoje será tão fácil quanto possivel a emoção.
Isto é p guião do teatro da vida...


Acto I

Sobe o pano negro que tapa o mundo do palco e o meu rosto branco como a cal que reveste as casas do Alentejo...
Encontro-me bem no centro do palco da vida, num foco direccionado só a mim e ao que vos digo, os movimentos dos lábios precisos, e a escuridão não atormenta, não condena, apenas emite o que sente, e sente apenas carinho, e uma dádiva que pouco conhecem o amor o amor, e só isso é tudo...

Não se ouvem ruídos, apenas os "tanc's" normais de uma sala enorme, onde podias estar tu, e mais umas centenas, ou dúzias, ou dezenas, nunca importa o tamanho que uma casa tem, nem a quantidade que por lá vai, mas onde estão quando lá estão, como vibram, e se vidrão, há quem vá e nada sinta, nada lhes mexa ou comova, esses mais vale não irem, fiquem em casa, a ver um filme, a ler uma revista, a ver uma novela, seja como for para esses o espectaculo não funciona, porque estão simplesmente num outro palco que não este... Já alguma vez sentiram um palco, o palpitar em cada taco que se pisa no chão, em cada madeira que silenciosamente rompe o próprio pai silencio? Pois é lindo e assustador, não sei o porquê, mas era sempre assim, tinha uma curiosidade enorme de estar no palco vazio, ouvindo o burburin das pessoas na entrada à espera que deixassem ir para o local de se sentarem, e silencio, e mais silencio, e o palco era meu por mero segundo que fosse, era uma tranquilidade minha e do espaço, mágico e curioso em tudo...

Mas nao vim falar de mim, vim falar de ti, ou melhor para ti...

Sabes, não sei bem quem és, mas gosto do que sinto que possas ser. Não há forma de te dizer isto, acho que das duas uma seria um abuso, seria fora de qualquer lógica, e tomado às vezes de forma errada, que não quero que seja tomado. Logo, aqui serve o desabafo lento para um ecran ainda mais lento, mas que serve como ponte.
As noitadas, farras não podem ser só isso, há que ser também uma tomada de consciência de quem somos como pessoas. Apesar do tal ar que mostro ter, louca, meio "duh", meio tímida, meio sei lá o quê, observo, sem darem conta, observo tanto, e vejo, e raramente me engano. Tenho pena de não te dizer no rosto, mas quem sabe um dia aconteça, por agora ainda é cedo. Se pudesse escolher um irmão mais velho, claro, queria que fosse assim, como tu, sério, acredita, assim como tu, sensivel, meigo, louco, formal às vezes que até mete respeito, e sinto como se tivesse a idade do piqueno de quatro anos que te faz rir e talvez até chorar de alegria. Aprecio as qualidades,sinceramente.
Por vezes, fico triste, as mulheres falam, sabes disso, falam, desabafam, aconcelham-se umas às outras, como é normal, como tu e os teus amigos, é o normal; e há alturas em que fico triste, porque vejo que a tua insegurança ainda é grande. Tem calma, não é por uma história ser triste que a tua será, não tem nada a ver, não é por o que se vive por aí estar cada vez mais estranho, como tu sabes tão bem pela astucia que tens, e me faz rir às gargalhadas grandes que a tu seguirá tais role models, there's no need for you to think that way, because the world is not always what we know of it, it can be better, and you got it better, why worry so much? Can you say, can you?
Tens ao teu lado alguém que te ama, por mais maluca que pareça ama, lá da sua forma, mas ama, quantas lágrimas já eu vi cair por ti, mas chiu, é segredo. E quantas vezes os olhos brilham, ui, chiu, também é segredo... Entendes?
Nunca terás que duvidar dessa honestidade, pode parecer louca, mas nunca faria sem te comunicar algo antes, tenho a certeza, e olha que já vi tanto que nunca irias acreditar, mas daí desse lado que te compete amar, acredita, que só se errar muito, e não costumo errar assim tanto, nestas questões.
Acredita mais em ti, usa a imaginação, caso não tenhas, pede ajuda, dou ideias, sem cobrar, apenas te cobro o mesmo respeito para com o vosso amor, unicamente isso.
Gostava de te dar um abraço e dizer basicamente isto, não desconfies, acredita e ama.
Tens um ser tão belo em ti, será que não o vês? Compra um espelho ainda maior que o cinzento, ainda maior que o espelho do ceú...

Se fosses meu irmão mais velho, diria: és amado, querido, deixa-te ser, deixa sem medos...


Um grande abraço aos dois que vos amo de formas distintas, e sem essa maldade, mas com amor, e o amor é um bem tão vasto e sem maus vicios, se o deixarmos ser apenas amor...


Desejo-vos tudo de bom... Sempre.

Fim

Uma cortina fecha-se em branco tapando o meu vulto, e o pano preto cai no chão criando um estrondoso ruído, não mexo sequer um fio de cabelo, mantenho apenas o olhar fixo no fundo de uma palteia nua de olhares...

Ninguém pense que já amou tudo, quando ainda não amou sequer metade...

Uma luz que se funde, um cheiro de pavio queimado, um odor de uma aprendizagem, e o fim de um monologo sobre o amor em fase de crescimento...

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