sexta-feira, 10 de julho de 2009

Monologo: a ti


Monologo: A ti...


Acto III


Sobre um manto de cor azul, onde a minha pele branca se balança, fico imóvel num chão aparentemente confortavel, mas pura ilusão...

Cobre-me a sombra da palavra.

Sinto que nunca entendes as minhas preces nem palavras.
Que nunca ouves, nem escutas com a astucia do amor, enfim, nunca entendes que por vezes apenas amamos sem amar da forma banal, há tantas as formas, e as minhas por vezes são puras...
Como o é por ti. Lamento, nunca saberes ver para além do que queres ver, e no fundo não entendo a tamanha distancia, antes entendia-a, hoje já não, as coisas mudaram, tornam-se diferentes, mais amplas, pelo menos daqui. Aí, não o sei...
Quero-te bem, bem como se, de meu sangue fosses, e não o és, ou serás? Como se uma mão protectora, a minha, te pudesse alcançar e ajudar, mas nada... Que raiva, que me cresce no peito, por não puder, por não deixares, que vontade louca de te bater com força, para que entendas, que desejo de te balançar em minhas mãos, gritar e dizer vive, e sê feliz, porque te amo para além do banal, que raiva não entenderes quando te digo verdades que não as minhas, que raiva, não ouvires o que os meus lábios não dizem por medo. Quero-te bem. Como se fosses algo meu. Melhor que isso, quero-te bem.
E se estico a mão de forma errada, e me condenas, que justiça cega é essa que não reconhece já nada, nem sequer aquilo que nunca deverias esquecer, quero o melhor para ti. Porque amo-te, não assim de forma vã.
Mas de coração.
Que raiva. Que mal fadada a minha sorte...




FIM

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