Olhei para um baú repleto de coisas velhas, que já pouco me diziam.
Por vezes ouvia os seus sussuros de tão enterrados que estavam...
Sentei-me, olhei caixas e caixas, todas elas repletas de uma vida que se esqueceu...
Revirei o meu mundo, tornei-o caótico, para depois me encontrar nele, e saber o que quero.
Vi-me a mim ali, espelhada em mil e uma linhas, por mim já esquecidas. Era a minha vida a passar frente aos meus olhos, levando as lágrimas aos meus olhos a cada vez que algo em enlouquecia.
Vi rostos que já longe se encontram a olhar o meu estupefacto, vi momentos esquecidos trazidos sem receio para um presente apagado. E vi o resuscitar de mim mesma, a cada página que relia. Eram páginas e páginas da minha própria vida que parou um dia.
No final, senti-me como se nova estivesse, ali renasci.
Se um dia perdi todas as linhas que compos, se um dia o meu caminho ficou sem luz ou cor, hoje o resgato de mim mesma...
Há tanta coisa pequena numa vida que nada merece o esforço de a acabar.
Hoje quero apenas seguir o que nunca deveria ter virado costas, quero-me sentir sempre viva mesmo que o diabo da vida não goste.
Agarro no pouco que me resta e caminho, sempre. Não quero mais parar. Nem pensar em desistir.
Isso era dantes quando a minha alma se quebrava em tantas coisas mais...
Hoje quero ser para além de mim.
Quero e vou crescer da forma como sempre quis.
Agarrada cada vez mais a mim, a uma ou outra tela, a uma ou outra linha, mas em mim.
Com a certeza que por mais que me perca será por meu pé, e nunca pela desventura de um dia ter desistido de caminhar sem a fé que agora resgato de mim mesma.
Apenas quero e vou conseguir.
Valha o que valer.
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