domingo, 1 de fevereiro de 2009

Colagem sobre corpos



Envolva-me a tua subtileza
Numa colagem muda de sentidos
O teu ser do meu não fuja
Fundam-se os corpos a cada milimetro
Numa dança conjunta
Rasguem-se pedaços passados
Funda-se cada peça do pano num só
Juntem-se os traços das mãos vagas
Para nelas se preencher o vazio
Com um pedaço teu e outro meu
Limpem-se borões que de arte nada falem
Quebrem-se mestrias já trespassadas
Que a goma que é tua me cobra o colo da vida
E a minha te mantenha eternamente
Juntem-se as obras
Montem-se cavaletes, preparados para numa tela pegarem
E nessa mesma, em branco, se desenhe o meu e o teu rosto
ambos colados, num gesso do mais puro branco caiado
Que cada gota de vermelho derramada
Sejam mostras de desejos
E nunca mágoas
Que cada amarelo, signifique luz, sol
E nunca um infinito dia que nunca acaba
Que a cada verde, azul, lilás
Seja o reflexo do toque de ambos num só
Colagem de corpos
onde tudo se funde
Cola o teu ser ao meu
Numa tela sem fundo
Onde nenhum pedaço fica ao acaso
Cola esse teu mundo
a um outro que não é mais do que teu.

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