terça-feira, 14 de abril de 2009

É uma chamada de atenção

Lembro como pegava no lápis, olhava o seu bico afiado e começava a deambular pelas folhas marcadas.
Lembro que me irritava, tornando impossivel o meu respirar, que por mais simples que fosse faziam-me falta; as vírgulas, os pontos, todos os traços que me dariam aquele especial descanço ou pausa.
Tentando uma e outra vez fazer o roteiro pelas folhas do livro, e nada. Uma e outra tentativa falhada, eram todas as regras esquecidas que me deixavam sem alento, sem vontade de seguir viagem.
Tudo ali faltava, tudo ali era um erro de gramática.
Trémula a mão que desenhava, as vírgulas, os traços, os pontos, as interrogações as exclamações e com isso dava vida a algo que deveria ter tido vida desde o seu inicio.
Hoje, sei que tudo pode ser uma chamada de atenção, ao que se perde com mensagens rápidas, com comentários em que nada faz sentido gramaticalmente, onde todas as figuras de estilo são esquecidas, onde as regras são colocadas de parte; sei que pode ser muito bem um apontar de dedo tão critico para o nosso agravamento da escrita, sei que pode ser um grito para toda a falta de respeito que todos os dias cometemos, sei que no fim quem sabe não iria brincar assim sem querer com tamanha "coisa" séria.
Mas se não for pedir muito, pelo menos os que devem ser defensores da arte da escrita não sejam "comidos", "comprados" com tais calões, ou girias que se formam, porque se por eles acabar a dádiva então que será dos que a procuram?
O que será dos que ainda precisam de uma vígula ou ponto?
O que será da espera pelo próximo capítulo, o que será da grandiosidade da escrita?
Se também eles se esquecerem da nossa gramática?
Já é triste perder o nosso crédito, não se percam também as boas gramáticas de todos os tempos, a nossa.

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