quarta-feira, 22 de abril de 2009
Pequena Oração ao Tempero do Coração
Pego no coração,
aperto-o contra o peito vazio;
uma vez mais,
esmago-o na mão, cheia de uma dor já conhecida,
entrego-o a ti mar de lamentos.
O teu sal marinho fará o seu tempero
já que o das lágrimas não o soube.
Arranco todos os pedaços partidos
esquecidos por algum motivo alheio
Devolvo-o como um dia me foi entregue
Vermelho, torto, ensaguentado, uma bomba,
Devolvo-o também com as marcas de toda a paixão,
grandes amarras que contra ele teceram...
Devolvo-o doloroso do penar dos anos.
Deixo-o flutuar num vai e vem...
Viro as costas e sigo
Não olharei mais
Para algo tão fraco e perdido...
Deixo-o afogar nas águas de qualquer mar
Sigo mais morta, mas mais leve e serena...
Sigo sem o tempero da vida, mas sem a mágoa que tinha...
Queimo o chão que piso...
Marco assim a sina.
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Entre linhas, piscadelas nocturnas ao conhecimento... Como é belo o ser diferente dos banais, triste a curva da vida que acaba tão cedo....
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