segunda-feira, 6 de abril de 2009

No Baú das Folhas Soltas.... As Minhas... (I)


Fui procurar num velho dossier algumas coisas minhas, umas esquecidas outras nem tanto.
Este espaço vai servir para coleccionar momentos de um passado que ainda me recordo.
São imagens que apareciam do nada numa folha deixada ao acaso umas vezes em branco, outras já com algo escrito.
Tinha o habito na escola, de deixar sempre pelo menos duas folhas no final do caderno para os meus devaneios, quantidade essa que aumentava dependendo dos devaneios que ia tendo.
Lembro que muitas vezes me dava a desenhar o professor ou professora que leccionavam a disciplina, lembro também de algumas aulas de matemática paradas em prol da minha pessoa, porque simplesmente estava calada, sossegada, abstraída e a desenhar o que quer que fosse, por mais estranho isso aborrecia mais o meu professor do que o barulho que os meus colegas faziam, ou as massagens que um outro me dava no pescoço, ao qual pedia insessantemente para parar, mas tinha sempre como desculpa "mas é tão bom!" Nada disso chateava o senhor professor que falava longas conversas com um quadro mudo de o ouvir. Mas o meu lápis na folha azul chateava, aborrecia, parava-o a pontos de fixar os olhos em mim, e eu nem aí para tal facto, até que o meu "massagista" me dizia algo tipo "pára, ele está a olhar para ti!" E sim de facto estava, quando levantava os olhos, os dele encontravam os meus, fazia uma cara de "opss sorry!" E observava então o dialogo mudo entre ele e o quadro preto. Ainda gostaria de saber de que falavam tanto, no qual um se mantinha mudo e estupidamente atento.
Deste professor o esboço do rosto não tenho, acho que me mataria se o fizesse, tenho um passaro que queria liberdade, e eu a minha, para sair dali...

Aqui fica o passaro que me marcou. Desde os seis anos de idade quando vi um desenho em que uma rosa por mais pequena e bela que fosse o espetou, fazendo com que o tal passaro caisse ao chao e morresse, lembro como me caiam lágrimas por o pobre bicho "animado", lembro como o peito batia, e o pranto não cessava. Sensivelzinha demais...
Talvez seja por isso que hoje, não gosto de passaros, não gosto de penas. Ou é pura inveja ou então de facto aqueles desenhos animados criaram uma defesa em mim, não amar algo tão fragil que até uma rosa mata.
Antes tudo acabava em morte... Hoje temos a melhor das formas de acabar um filme... E olhem à volta o Mundo. Que final de filme estamos a fazer?

Aqui fica o meu passaro...

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