quarta-feira, 22 de abril de 2009

Faminto Ser


Exploravas faminto
com a tua pequena boca o meu seio,
devoravas com raiva meu soco
puxavas com os pequenos dedos minha pele
tocavas a minha pele
com a tua ansia de sobrevivência
fechavas os olhos
deliciando todo o líquido que vertia meu seio
e assim crescias e te fazias homem...
Não pedias licença,
nem por favor, agarras-te como se fosse teu
Vincavas as pequenas unhas,
criando pequenos rasgos
trincavas com as tuas gengivas
meu mamilo que magoavas
lutavas constantemente com o amor e o ódio
com o desejo e a dor
lutavas contra o saciar de um vontade maior que tu
uma rebeldia maior que a vida
e uma vida toda condensada ali
no pequeno gesto que te amamentava.
Já te respondiam como por vontade própria
já te clamavam piedade
e tu, sempre tu, não a tinhas
pedias sempre mais,
e querias mais ainda
e aí marcavas o teu território
com essas chagas...

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